Cofen estuda protocolo de acolhimento a profissional dependente químico
O plenário do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) aprovou nesta segunda-feira (24) o aconselhamento de profissionais da Enfermagem denunciados por uso de drogas psicotrópicas e substâncias psicoativas. Será elaborado protocolo para que os enfermeiros, técnicos e auxiliares de Enfermagem dependentes químicos identificados em processos éticos tenham acesso a ajuda especializada em saúde mental, se desejarem.
“O objetivo da iniciativa é prevenir abuso de substâncias e oferecer apoio ao profissional para superar a dependência química, reduzindo assim os riscos de ocorrências adversas”, afirma a presidente do Cofen, Betânia Santos.
Um dos pilares de todo o procedimento é o sigilo, para que a imagem e os interesses do profissional não sejam prejudicados e ele não corra maiores riscos. Perder o emprego é a consequência mais imediata e comum nos casos de dependência química, de acordo com os estudos que embasaram a proposta.
Para a coordenadora da Comissão Nacional de Enfermagem em Saúde Mental (Conaesm/Cofen), Dorisdaia Humerez, um dos obstáculos a serem vencidos é que o profissional de saúde geralmente acaba demitido, e não denunciado, o que dificulta o acolhimento. “Geralmente eles não são denunciados, simplesmente são demitidos e acabam por repetir seu comportamento em outro lugar. É muito difícil recuperar um dependente químico. Mas, se conseguirmos que um se reabilite, é uma vitória”, afirmou.
Segundo os estudos apresentados ao plenário, profissionais de saúde são altamente propensos a desenvolver dependência química e o maior problema de consumo de substâncias psicotrópicas em ambiente hospitalar é o de opioides como metadona, oxicodona e morfina, aos quais o acesso é facilitado neste ambiente de trabalho.
A proposta retornará ao plenário para aprovação de protocolo com medidas de prevenção e apoio aos profissionais. A sugestão da Conaems/Cofen, em estudo de viabilidade, é que processos éticos envolvendo uso de substâncias sejam comunicados pelos conselhos regionais à Conaesm, que faria contato com o enfermeiro em Saúde Mental de referência no respectivo Coren, oferecendo uma escuta ativa e empática. Se determinado que o profissional deseja parar, teria acesso ao atendimento semanal com o enfermeiro de referência para verificar o progresso do tratamento, com apoio emocional. A proposta prevê também esforços de prevenção ao problema de uso e abuso de drogas entre profissionais da Enfermagem.
Fonte: Ascom Cofen
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